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Eliseo Subiela se reúne com Estudantes de Cinema da UFF

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A 20ª edição do Festival Cinesul homenageia o diretor argentino Eliseo Subiela. A mostra exibe seis longas-metragens de ficção, um panorama da sua filmografia, que na década de 1980 ganhou um grande destaque na indústria audiovisual argentina com os filmes “Hombre mirando al sudeste”, “El lado oscuro del corazón” y ” Últimas imagens”, aclamados pela crítica.

Nesta última quinta-feira, dia 6, Eliseo Subiela foi à Niterói para um encontro com os estudantes do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal Fluminense (UFF), no casarão do IACS (Instituto de Arte e Comunicação Social). Simpático e atencioso, o realizador argentino respondeu várias perguntas sobre o seu processo criativo, a sua obra, a relação com os alunos da escola de cinema que mantem em Buenos Aires e a sua opinião sobre o cinema argentino contemporâneo.
 
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Para Eliseo uma das grandes conquistas do cinema foi a passagem da película para o digital, que proporcionou não só um aumento na produção de filmes como também a redução dos custos de produção e completa dizendo que aprendeu com os seus alunos a como realizar um longa-metragem com pouquíssimos recursos. Afirma que a transição da película para o digital foi um processo sem problemas, para ele, apesar da incógnita do digital em termos de preservação. A primeira vez que utilizou a tecnologia digital foi na realização de “Las Aventuras de Diós” (2000). Bem-humorado, Eliseo afirma que ele e o cineasta mexicano Arturo Ripstein disputam a primazia de quem dirigiu o primeiro longa-metragem no suporte digital que circulou em grandes festivais.


Apesar desta facilidade, ele ressalta que o problema continua na questão da exibição e distribuição. Diz que em seu país, os filmes brasileiros quase não são vistos, o último que assitiu foi “Tropa de Elite” destacando a falta de integração dos circuitos de cinema dos países latinos. “É preciso criar circuitos alternativos”, afirma. Essa é uma tarefa que cabe a todos nós, principalmente aos jovens, se dirigindo aos alunos de cinema. A solução encontrada por ele para conhecer os novos lançamentos brasileiros é encher a mala de DVDs quando vem ao país.
 
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Na opinião do diretor, no mundo do cinema as coisas mais importantes são: conseguir realizar um projeto e saber trabalhar em conjunto, ouvir a equipe. Um filme de êxito é aquele que é realizado e não enterrado em gavetas. O fato de conseguir realizar um filme já é um sucesso. A relação com o público e a crítica é outra coisa.

Por isso, relatou a experiência de seu primeiro longa-metragem, “La Conquista del Paraíso” (1980), uma raridade, rodado na fronteira com o Brasil, na região argentina de Misiones. Comentou que no final da filmagem teve que rasgar páginas inteiras do roteiro, o que há de mais frustante para um realizador. Com atuação de Kátia D’Angelo e Jofre Soares e música de Milton Nascimento, Eliseo comentou a importância e o fascínio que a cultura brasileira sempre lhe exerceu. Relatou que viajava com maior frequência ao Brasil, devido ao seu trabalho no ramo da publicidade, segundo ele, a principal escola de cinema da sua geração.
 
 

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Com relação ao cinema de hoje, incluindo o do seu país, Eliseo sente falta de ousadia estética e narrativa, uma vez que os cineastas contemporâneos optam por um cinema mais contemplativo, para o agrado de um punhado de críticos. Na sua opinião, o meio teatral argentino, pelo qual já fez algumas incurssões, demonstrou ser mais ousado diante da atual crise. Segundo Eliseo, fazer cinema é algo simples, mas por isso mesmo muito complicado: narrar uma história. As pessoas vêem um filme porque querem que lhes contem uma história. E por mais que critiquemos o colonialismo cultural das plateias latino-americanas, os cineastas norte-americanos primam muito por isso. Para Eliseo, o debate sobre a aversão das nossas plateias ao cinema latino-americano precisa ser feita com autocrítica e não culpabilizando somente o colonialismo cultural. Precisamos profundamente entender porque as pessoas não querem ver os nossos filmes.

Eliseo crê que a onda do “nuevo cine argentino” é uma moda que está saindo de cena e que as pessoas têm uma visão idealizada da produção cinematográfica de seu país. Em sua escola de cinema em Buenos Aires, há alunos de toda a América Latina, inclusive brasileiros. Defende que a Argentina atrai jovens do continente, apesar da crise, por sua tradição cultural, o que inclui o cinema. Além da cultura, Eliseo frisou a tradição técnica dos profissionais argentinos, uma vez que seu país teve uma forte indústria de cinema no passado. Para ele, o saber técnico é fundamental e por isso intitulou a instituição de ensino audiovisual que criou em 1994 de Escola Profissional de Cinema. 
 
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Palestra “Documentários silenciosos no Chile e no Brasil: A produção da riqueza e os operários” Prof.ª Mónica Villarroel

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Puig en Acción 2012

Em homenagem aos 80 anos de nascimento de Manuel Puig e 30 de publicação de “Sangue de amor correspondido” (escrito originalmente em português carioca, como dizia Puig à época do lançamento do romance), a PRALA convida para um debate na próxima sexta-feira, dia 26, no Instituto de Letras da UFF.

O evento faz parte do programa PUIG EN ACCIÓN 2012, desenvolvido em General Villegas por um grupo de pesquisadores argentinos em torno à obra do escritor Manuel Puig.

Dia 26 de outubro (Sexta-Feira), 15h
Instituto de Letras – Bloco C
Auditório Ismael Coutinho (Sala 218)

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Revista CAIANA [Link Recomendado] Historia del Arte y Cultura Visual del Centro Argentino de Investigadores de Arte

Temos o prazer de anunciar que já está disponível a consulta Caiana.

Pode-se navegar através do seguinte link: http://www.caiana.org.ar/

Caiana é uma publicação mensal de um formato acadêmico digital, editado pela CAIA. Depois de mais de 20 anos de trabalho do CAIA ficou como pesquisadores de referência espaço nucleares e gerou numerosos para através de publicações, conferências e debates e reflexões sobre a disciplina, como tem previstos espaços de intercâmbio e no desenvolvimento de estudos interdisciplinares da cultura e promovido ligações regionais e entre os investigadores internacional argentino, América Latina e outras partes do mundo.

Continuando com o institucional, Caiana surgiu que pretende posicionar-se como um meio de comunicação, atualização, debate e intercâmbio no campo da história da arte e da cultura visual, além de promover o cruzamentos com outras disciplinas.
Participe da primeira edição: Gonzalo Aguilar, José Emilio Burucúa, Pamela Desjardin, Nicholas Kwiatkowski, Natalia Majluf, Malosetti Laura Costa, Miguel Ángel Muñoz, David Oubiña, Cristina Rossi, Veronica e Diana Wechsler Tell.
Nós convidamos você a iniciar a jornada através dos caminhos propostos Caiana, na esperança de contribuir com este.
Alcançar objetivos institucionais de debate difusão, intercâmbio e acadêmica que sempre caracterizaram CAIA.

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Cineclube Sala Escura – La Buena Vida 1958 (18/10/2012)

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O Cineclube Sala Escura – Sessão Latina exibe o longa de estreia na direção de Armando Bó, ao lado de sua musa Isabel Sarli.

EL TRUENO ENTRE LAS HOJAS

Argentina, 1958

Direção: Armando Bó

Roteiro: Augusto Roa Bastos

Produção: Nicolas Bó

Fotografia: Enrique Wallfisch

Som: Germán Szulen

Montagem: Rosalino Caterbertti

Elenco: Armando Bó, Isabel Sarli, Andrés Laszlo, Ernesto Baéz

100min, P&B, V. O. em Castelhano, exibição em DVD

No interior da selva sul-americana, os homens travam um feroz combate com a natureza. A essa pugna, soma-se a exploração do homem pelo homem. É no meio deste ambiente hostil e subumano, que vemos o duro cotidiano de peões em um engenho. No entanto, a situação se torna insustentável com a chegada à região da exuberante e tentadora mulher do patrão.

Adaptação do conto homônimo do escritor paraguaio Augusto Roa Bastos, por ele próprio, iniciando uma carreira de roteirista no cinema argentino. Trata-se da primeira incursão do escritor paraguaio, então exilado em Buenos Aires, no cinema, a convite do ator e produtor Armando Bó, que também estreava na direção. O filme é considerado um marco por ter a primeira sequência de nu frontal da história do cinema argentino, protagonizada por Isabel Sarli, que sob a direção de seu marido Bó, se tornaria um dos maiores ícones sexuais da cinematografia argentina.

Armando Bó nasceu em Buenos Aires, em 1914. Começou a sua carreira no cinema como ator, trabalhando com o diretor Leopoldo Torres Ríos. Em 1948, funda, ao lado de mais dois sócios, a produtora SIFA (Sociedad Independiente Filmadora Argentina), cujo primeiro longa é Pelota de trapo, um drama sobre futebol, de grande sucesso de público e crítica. Debuta na direção com El trueno entre las hojas, começando uma longa e exitosa parceria com a sua esposa, a atriz Isabel “Coca” Sarli, em filmes de teor erótico. Alguns desses filmes foram rodados em vários países, inclusive no Brasil, na coprodução Favela (1961). Faleceu na capital argentina, em outubro de 1981. Recentemente, os seus filmes estrelados por Isabel Sarli foram valorizados e adquiriram o status de cult.

Após a sessão, convidamos todos ao nosso tradicional Tragos y Sonidos.

Fabián Núñez

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Falece o cineasta argentino Octávio Getino

Buenos Aires – O diretor argentino de origem espanhola Octavio Getino, referência do cinema político e social das décadas de 1960 e 1970, morreu nesta segunda-feira aos 77 anos vítima de um câncer, confirmou seu colega e produtor Nemesio Juárez.
Getino, nascido na cidade espanhola de León em 1935, mas naturalizado argentino, foi um dos fundadores do Grupo Cine Liberación, que propunha o uso da sétima arte como ferramenta política, fortemente comprometido com os conflitos sociais e com a militância.
Em 1969, ao lado de Pino Solanas e Gerardo Vallejos, os outros fundadores do grupo, filmou de forma clandestina o documentário ”La Hora de Los Hornos”, sobre o imperialismo na América Latina.
Dois anos mais tarde, Getino entrevistou durante seu exílio na Espanha o ex-presidente argentino Juan Domingo Perón e o exibiu nos documentários ”Perón, La Revolución Justicialista” e ”Perón: Actualización Política y Doctrinaria para La Toma del Poder”.
Após o golpe militar de 1976, o cineasta foi perseguido e ameaçado de morte e se exilou primeiro no Peru e depois no México.
Além de sua carreira cinematográfica, Getino publicou numerosos trabalhos sobre cinema, cultura e comunicação latino-americana e em 1963 ganhou o Prêmio Casa das Américas por seu livro de contos ”Chulleca”.
OCTAVIO GETINO
Clique aqui e veja a entrevista a Arthur Autran e André Gatti publicada na Revista (argentina) Imagofagia

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